sábado, 15 de outubro de 2011

PARABÉNS PROFESSORAS E PROFESSORES

    A comemoração do dia 15 de outubro representa apenas uma referência a quem é importante para sempre em nossa vida: professoras e professores. É uma grande luta diária educar este povo, tarefa imprescindível e prazerosa mas que só é bem feita quando há muita dedicação e entrega. Não é tarefa fácil educar as pessoas, até porque muitas delas acham que não precisam e não demonstram interesse em estudar. Os professores têm que passar por todos os obstáculos em sua profissão, às vezes a um alto custo psicológico.
    Ser professor no Brasil é um desafio maior ainda, já que toda a entrega, dedicação, persistência e vontade na maior parte das vezes é financeiramente retribuída com valores pequenos, que estão muito aquém do real valor destes profissionais na vida das pessoas.
    Um parlamentar no Brasil custa em média, por ano, 6 milhões de reais aos cofres públicos, abastecidos continuamente por nosso dinheiro dos trilhões de impostos que existem no país. Podemos comemorar (?) por termos os políticos mais caros da face da Terra, à frente até mesmo de países desenvolvidos.
    Um professor que ganha mil e duzentos reais/ano custa ao Estado, por exemplo, pouco mais de quinze mil por ano. Em um país que tem leis que tornam possível esta disparidade tão grande, fica evidente a injustiça que acomete tanto os professores quanto o povo. São absurdos que muito dificilmente serão banidos, mas que pela lógica não poderiam existir. Como respeitar a política de um país que paga salário de terceiro mundo aos professores e paga despesas milionárias com salários e regalias dos políticos? Sem esquecer que isto não é referente somente aos governos atuais, pois já vem de muito antes e independe do partido ou personalidade que esteja na liderança do país.
    Assim, num país como esse, que tem por princípio oferecer baixos salários também aos profissionais da educação, tanto quanto aos da saúde e da segurança, exercer a profissão com o estímulo que ela requer é cada vez mais difícil.
    A sociedade valoriza, sim, a educação. Quem, sim, não a valoriza são as políticas governamentais que determinam os gastos irrisórios que são destinados à educação. E o prognóstico, neste sentido, não é nada animador, pois esta inadequação salarial certamente veio para ficar, não só para insatisfação dos profissionais mas também para a sociedade como um todo. Por mais que a educação no Brasil tenha evoluído muito em alguns aspectos nos últimos anos, isto certamente não abrange o salário de seus profissionais. E como a educação é capaz de evoluir sem contar também com a remuneração ao menos adequada aos professores? Difícil entender.
    Um professor vale tanto quanto um advogado, um médico, um arquiteto, um general, um juiz, um senador. Mas os governantes e muitas de suas inaceitáveis, abusivas, absurdas e questionáveis leis e diretrizes jamais reconhecerão isto.
    Já dizia o professor Raimundo: "e o salário, ó!"

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