Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, baseado em parâmetros do Ministério da Saúde, o Brasil possui menos da metade dos leitos psiquiátricos públicos que o necessário, fator este que prejudica muito o tratamento de usuários de crack, já que a internação é um importante recurso terapêutico contra a epidemia desta droga no país. O número próximo ao ideal de leitos psiquiátricos seria de 85 mil, mas o país conta com apenas 38,5 mil. A reforma psiquiátrica, implantada no Brasil principalmente a partir do início da década passada, com certeza trouxe aspectos bons ao paciente psiquiátrico brasileiro, principalmente no que diz respeito à institucionalização de doentes psiquiátricos, objetivando à reinserção dos mesmos à família e à sociedade, sempre que possível. No entanto, a mesma política da reforma psiquiátrica preconizou a redução de vagas para internação. Com o grande aumento da demanda nos últimos anos, motivada grandemente pela epidemia do crack, serão abertos 3.604 novos leitos em hospitais gerais, número de leitos este que o coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Federal de Medicina, dr. Emmanuel Cavalcanti, considera "ridículo" e "representa a ausência de um segmento da estrutura especializada para tratar os usuários de drogas".
Fonte: Conselho Regional de Medicina do RS
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